sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Queria fazer algo
que te pusesse a chorar,
que te fizesse silenciar
e murmurar o coração
como quem grita pra si.

Aqui se faz, aqui se paga
e meu desejo não é outro
senão o de te fazer sentir na pele
o que me fizeste sentir.

Quero uma vingança
de igual medida
que só se será cumprida
no dia em que cada poro teu
venha a ser um sussuro de quem ama.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Enquanto puder me ver nos seus olhos

És pra mim refúgio
És pra mim morada
Pra mim és calmaria
Mesmo que agites
A quem sem ti não é nada

Olho nos teus olhos
Não pra passar-te sinceridade
Olho nos teus olhos
Pois me ver ali passa-me felicidade

E torna-te refúgio novamente
E afagas os momentos de abstinência
Quando teus olhos mostram a imagem
De quem sem ti é dependência.

Mas se teus olhos por um momento fecharem
Espero não vê-lo acordar
Com outra imagem que possa ter dos seus olhos
Tirado minha imagem pra sempre de lá.

Se estar contigo for rotina
Rotina será o que desejo
Mas se tu não estás
Não há rotina, há desespero
E se não te vejo, não me vejo...

Espelhos...

“Influenciar alguém é emprestar-lhe nossa alma”. Se servi de inspiração para garotas, não foi por emprestar, mas porque sombras minhas elas tentavam ser. Pensei se pudesse inverter e ficar igual a quem tanto igual a mim quis ser. Descobri que tentaria ser igual a mim mesma, pois no final, as garotas de mim, só eram espelhos.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Texto-Vacina...

“Quem arrisca não petisca.” Mas será mesmo que quem não arrisca nunca vai saber se não arriscar? Eu sou do tipo que prefere as vacinas a curar a doença depois. Posso nunca saber se seria melhor se tivesse arriscado, mas não troco um alguém por outro enquanto esse for uma duvida, apenas o faço se for uma certeza. E se assim não fosse, no lugar de arriscar uma duvida ou uma certeza, colocaria a mim no precipício. Não é por medo que não tento. Mas nem vai ser por curiosidade que tentarei. Melhor do que ser tarde demais é ser cedo pra voltar atrás. Há de se concordar comigo, aqueles que foram, mas o caminho de volta simplesmente não existia. Estes dizem que se é necessário errar para se aprender, só que se esquecem de que os acertos existem e de escola se fazem também. A diferença é que enquanto os erros vêm e te dão uma surra, os acertos vêm e te parabenizam.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

A ladeira...

A menina subia ladeira
A menina sentia cansaço
Queria olhar os outros de cima
Mas só da ladeira olhava os abaixo

Um dia virou gente importante
E ladeira não ousou subir,
Pois ladeira era lugar para calo
E não queria por o salto ali

Foi rever o seu passado
E a ladeira estava lá
Mas na metade veio o cansaço
E do topo da ladeira não pôde olhar

De tão grande que era, sentiu-se pequena
Hoje, lembra da ladeira
E sabe que assim como na ladeira
Só se olha de cima
Quando se é preciso descer várias vezes.

quinta-feira, 10 de julho de 2008












Dizem que Mafalda é uma menina precoce...

Visão dá Nisso?

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Vai entender as mulheres...

Ela -- Você me ama?

Ele -- Amo...

Ela -- Jura por Deus?

Ele -- Você não confia no que eu digo?

Ela -- Ah! Então você está mentindo, se me amasse mesmo juraria por Deus...

Ele -- Eu já disse que te amo...

Ela -- Então jure!

Ele --Pra quê?

Ela -- Já sei... Você não mente pra Deus, mas mente pra mim!

Ele -- Tá bom, eu Juro por Deus que te amo!

Ela -- Deus tenha piedade de você!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

O amor

Não adianta me pedirem pra falar do amor, não vou escrever nada sobre ele. Todo mundo fala do amor, acho que é o assunto mais batido que existe. Por que eu escreveria sobre o amor então?

Porque mesmo quando não quero falar dele, eu falo...

As extremidades da mesa

--O Pobre: O que você tem aí?

--O Rico: Não sei, só sei que é muito gostoso, prático, ah, me parece muito bom!

--O Pobre: Rapaz, aqui ta difícil, cheira mal, não quero provar isso não!

-- O Rico: Larga de besteira...

--O Pobre: Quer vir comer então?

--O Rico: Eu já estou farto.

--O Pobre: Que gosto ruim isso aqui tem!

--O Rico: Gosto de que?

--O Pobre: É muito amargo !

--O Garçom: Nunca vi canibal comer a própria vida...

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Tardar...

Caio sempre foi um homem muito ocupado, não tinha tempo para nada, e nada era o que pretendia fazer se lhe sobrasse algum tempo.

Certa vez, arranjou uma hora livre e decidiu visitar o avô que não via há uns dois anos. Ao chegar lá, num domingo de Páscoa, o presenteou com um grande ovo. A alegria do velhinho era sem idade e mesmo que por muitas vezes essa alegria estivesse escondida num rosto fadado pelo tempo, neste instante era o outdoor para quem passava a sua volta.

O velhinho ainda sem saber exatamente o que dizer, abraçou o neto e foi falando:

-- Muito obrigado meu neto, sabia que não se esqueceria do avô aqui, mas me conte como vai a vida...

Antes que o velhinho continuasse, Caio o interrompeu...

--Vô me desculpe, mas passei aqui rapidinho e tenho que voltar para casa, quando der apareço, não vou tardar. Juro!

Assim abraçou o avô e fez o caminho para sua casa. Neste instante, outro neto, de seus míseros seis anos de idade, pediu:

-- Vô, me dá um pedaço?

-- Desculpe pequeno, mas só abrirei este ovo quando o Caio vier, ele disse que não vai demorar, esse ovo é para mim um pedaço meu e um pedaço Caio...

E assim se passaram mais dois anos, mais três anos e Caio foi visitar o avô novamente. Lá chegando, aquele homem tão ocupado olhou para o outro neto e disse:

-- Vá chamar o vô pra mim...

O menino foi, depois de vinte segundos apareceu com o ovo que Caio havia dado.

--Olha Caio, essa foi a metade que ele deixou na terra, a outra foi embora acreditando que você não ia tardar...

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Fingir que não vê é o pior ponto de vista...

Há algum tempo achava maduro reagir às criticas ignorando-as completamente, pensava que desta forma mostraria o quanto outros pontos de vista não atingiriam os meus. Hoje, ignorar deixou de ser uma constância em minhas concepções. Quem ignora, tem medo de ouvir. Não quero deixar pra lá, nem quero fingir que não escuto e não vejo, pois fingir que não vê é o pior ponto de vista. O que faria uma pessoa com perfeita visão não querer enxergar? Quem ignora tudo que não gosta, não consegue ignorar a própria ignorância, afinal, a única coisa igual a todos os homens é a diferença. Percebi que à medida que vejo as coisas de forma mais transcendente, passo por uma mutação nas minhas conjugações. O ignorar que fique no passado, pois quem tem tolerância se faz muito mais presente. Mas o que realmente não posso mudar, e me é inerente, é a maturidade. Há quem diga que, ao longo do tempo e com a própria idade, ela bate na sua porta. Hoje ela é a visita freqüente dos meus dias. De “com a idade”, passou a ser “em qualquer idade” e do “ao longo do tempo”, o “a qualquer hora”, do inesperado ao diariamente... Prefiro então deixar a porta apenas encostada, pois o pior tipo de clausura é a que existe pelo simples fato de você considerar a inexistência das idéias dos outros.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

A pressa de quem mora perto...

Na ultima semana de março não fui nada pontual com os horários da faculdade. Dormia tarde para a conclusão de trabalhos, acordava às 6:00 da manhã, não tomava café e ia correndo para apanhar o primeiro ônibus lotado das manhãs. No percurso, olhava constantemente os ponteiros do relógio como se assim, pudesse fazer com que eles passassem mais devagar. Essa rotina, confesso, enfadava-me fortemente e hoje,quando estava caminhando pelo centro da cidade, decidi conversar com minha mãe e expor que não queria mais as idas e vindas de horários mal cumpridos e o cotidiano de passagens bem pagas. A viagem era tão longa que seria injusto da minha parte dizer que não era um dinheiro bem dado.

-- Não agüento mais essa distância! Queria morar no centro, pelo menos lá ia ser muito melhor pra mim, não ia precisar de nada, teria tudo perto... (disse)

Enquanto caminhávamos, um mendigo sentado e encostado na parede de uma loja levantou a mão e pediu:

-- Um vale A moça, uma ajuda!

No mesmo momento minha mãe virou-se para mim e falou:

-- Realmente... Todo mundo que vive no centro é mais feliz...

Mudar o verbo reclamar para o agradecer foi a conseqüência. Eu podia pagar o preço justo das passagens. Podia... Mas e o mendigo? Ah... Esse dependia de A de B e de C e diferentemente de mim, rezava para que os ponteiros do relógio passassem mais depressa...

quinta-feira, 27 de março de 2008

OLHE: Não conheço "Seu Favor"!

Um dia, uma pessoa desconhecida me perguntou:

--Moça, a senhora pode fazer um favor?
-- Desculpe, estou atrasada... (respondi).

Passou-se um mês e a mesma pessoa veio falar comigo...

-- O que te custa? A senhora não gostaria que um dia alguém fizesse um favor a você?
-- OLHE meu senhor, não nasci para fazer favor aos outros, faça o senhor um favor para mim, procure outra pessoa! (respondi impaciente).

Depois de quatro meses, o mesmo homem apareceu na minha frente...

-- Já parou pra pensar em quantas pessoas estão precisando de um favor seu? Só queria um...

Olhei para ele, sem entender absolutamente nada e decidi pôr um fim àquelas interrupções mensais...

-- Só uma coisinha... Que perseguição é essa? Até onde sei, não o conheço para dar favores e tem mais: só ajudo os meus amigos.
-- Aaa, sou amigo de Seu Favor!
-- Seu Favor? OLHE, o senhor vá me desculpar, mas não sei quem é este cara...
-- Como não? Disseram que você o trancou aí dentro, mas só o mostra a seus amigos, não poderia ajudar o desconhecido aqui?
-- OLHE, o senhor tem nome por acaso? Ou terei que fazer o favor de lhe dar um nome também?

-- Sou sua visão no futuro. Vim aqui pedir apenas um favor: Você pode me ajudar a atravessar a avenida?

sexta-feira, 14 de março de 2008

A 1º pessoa do singular...

Era mais uma aula como tantas outras da faculdade. No primeiro dia, numa outra aula, consegui aquilo que de uns tempos pra cá tive muita facilidade: estar presente em todos os grupinhos da turma. Talvez pareça até fútil ser a menininha “popular”, mas não foi assim que me vi. Era a prova de que eu sou hoje o avesso de quando eu tinha lá meus 13 anos. A idade talvez me tornara, assim como tantos jovens, criancinha demais ? Não. Nessa época, não era uma questão de ser madura ou não, afinal, criança também tem amigos. Lembro-me bem que andava sozinha na hora do intervalo, comendo, procurando alguém pra conversar, mas todos pareciam já ter fechado os grupos pra mim. Parecia uma louca que perambulava, procurando não sei o que, não sei onde. “ Ah, o problema está nos outros.” (dizia), olhava o defeito das pessoas e achava-me perfeita. Perfeita? Vejo que não o era. Se pudesse um dia ser essa “perfeitinha” que julgava ser, com certeza jamais teria dito isso, afinal, esse era o meu maior defeito: o meu Eu era grande demais. E o ele ? E o nós, vós, eles? Se tivesse que conjugar alguma coisa, a perfeitinha certamente esqueceria-se dos outros pronomes, o Eu já valeria por todos os outros não é mesmo? Fui muito julgada e criticada por todos, amigos estavam distantes, amigos inimigos, rótulos sem fim, tudo para referir-se a menina que se achava. Não me contraponho agora às críticas, (como fizera na época do ocorrido), meio que paradoxalmente, os insultos e o desrespeito foram para mim a alavanca necessária para que me tornasse realmente mulher. Achava que o problema estava nos outros, isso sim era um problema meu, o problema era todo e somente meu. A situação em si me condicionou a mudar, agora é como se cupins tivessem acabando com aquela casca da madeira que me tornava tão superficial e que foi aos poucos se deteriorando. Há mals que vêm para o bem, uma lição no fim das contas. Senti-me como quando alguém faz algo de errado, ele pode ser compreendido pelo grupo, mas também pode ser criticado, e há críticas que fazem a pessoa refletir: onde foi que eu errei? Por que me trataram assim?
Do colégio para a faculdade a diferença é gritante. As pessoas têm outras perspectivas e visões de mundo, vejo-as mais maduras que os colegiais, mas há sempre uma exceção. Assim como “ a menina do grande Eu", deparei-me em plena faculdade com alguém, com seus quase 20 anos,que, acredito eu, não teve cupins necessários para mostrar-lhe que em uma caixa cheia de madeiras, ela é tão madeira quanto as outras. Julgava-se um móvel talvez? Seria superior? Infelizmente era assim que ela pensava.
Não tem como não comparar as duas personagens que aqui conto a história. O Eu de ambas estava acima de qualquer coisa. A primeira no âmbito físico, enfatizava a perfeição do seu estético, mas mudou. Camila, a segunda, mostrava um eu que não era uma questão de apenas olhar para si, mas um olhar para si em meio a um desejo do fracasso alheio.
E foi nessa aula, como tantas outras da faculdade, que pude perceber o quanto o grande Eu era pequeno. O quanto a grande pessoa se diminuía. Grande? Não conseguia ser sozinha. Penso cá comigo mesma: “ Para ser grande, precisava diminuir os outros” Não era grande de verdade.
Foi exatamente nessa aula que estavam lá as duas meninas do Eu. A do estético, agora realmente era grande, afinal sua conjugação de erros ficara no passado. Mas é no presente que Camila não tem mais seus 13 anos...

quinta-feira, 13 de março de 2008

Balão...

Quantas vezes tive medo de iniciar algo por acreditar que não era capaz. Para os outros, fora talvez a infantil, a das brincadeiras sem hora, a cotista desmerecedora, a da sorte (fora talento), a da cagada...

No colegial, aprendi que ao respiramos fazemos dois movimentos:O da inspiração, introduzindo o ar nos pulmões, e o da expiração, expulsando o mesmo. Ao ouvir comentarios de parentes, alguns amigos e colegas (muitas vezes sem intenção de machucar), guardei dentro de mim os mesmos conceitos, algo sempre ligado a "menina sem futuro" e inspirei... Foi quase como um balão, enchi tanto que passei a ter na maior parte da minha matéria aquele ar, o tão dito para mim, somente ar...

Foi meu mal ... Sempre tive opniões muitas vezes relevantes, mas sempre as guardei. Motivo? Eu é que não me atreveria a falar besteira. A verdade é que não fui capaz de renovar as minhas interpretações sobre aquela que só eu conheço mais que ninguém: Eu mesma. Do subjetivo fui de certa forma subjugada. Da inspiração, fui expirada de minha essência e o balão ??? Quando pode voar ?

Se disserem a este balão que ele não é um balão e sim uma bolinha sem utilidade, talvez ele acredite que não possa voar nunca, até ser realmente um balão.

Mas se o balão um dia não aguenta e estoura, ele não terá mais aquele ar consigo, mas será um balãozinho estourado e murcho. O que será ele então? Humildade talvez possa ser a palavra que rege a energia potencial do pequeno balão, ele não é mais aquele grande, mas agora ele pode ver que de certa forma aquele ar o ajudou. Ele era grande porque o ar o enchia, assim como eu era inútil porque os outros assim disseram-me. Mas sem ar ele só tem a si mesmo para começar, só que agora ele sabe que é balão. Comecei desanimada, acreditei que não conseguria atingir meus objetivos, mas pensei: "se não conseguir é porque preciso crescer mais e não há tempo que me falte que me possa impedir de voar um dia"

Porque o que precisamos é de equilibrio, inspire, expire ... Respire.