Teu silêncio faz com que
quem deseja falar, se cale...
Permaneceremos, então, calados
na crença de que o outro,
um dia, há de clamar por regresso...
O silêncio falará mais alto,
pois calados nem mesmo a ele
pediremos trégua.
E fará com que agonizemos
e quando pudermos nos refugiar
insistiremos no sofrimento
pois como masoquistas que somos
calaremos e consentiremos...
E assim seguiremos
à espera de quem se curve...
E assim seguiremos
nessa postura irredutível...
E assim seguiremos
a findar um sentimento
que as vozes, hoje caladas,
um dia disseram... Ser imperecível.
Perdoe-me por te despir,
Mas te exteriorizas a mim sem sintomas,
quando por dentro sei que vives morrendo!
segunda-feira, 27 de julho de 2009
sábado, 25 de julho de 2009
Escute meu silêncio...
E me lembro da noite em que discuti com Maria...
E como quem dava tudo por terminado,
apenas disse para que ela me esquecesse...
E Lembro ainda que, antes da batida do telefone
e do nunca mais à voz de Maria,
ela ainda conseguiu me dizer: escute...
E o pior é que, isto, eu consegui escutar...
Mas quando soube de sua morte, ó Deus,
queria não ter escutado,
não ter batido o telefone,
não ter nem sequer atendido a essa renúncia...
Porque pedi para que ela me esquecesse,
E o que consegui foi não me esquecer
nem mesmo do que nunca foi dito...
E jamais saberei...
E como quem dava tudo por terminado,
apenas disse para que ela me esquecesse...
E Lembro ainda que, antes da batida do telefone
e do nunca mais à voz de Maria,
ela ainda conseguiu me dizer: escute...
E o pior é que, isto, eu consegui escutar...
Mas quando soube de sua morte, ó Deus,
queria não ter escutado,
não ter batido o telefone,
não ter nem sequer atendido a essa renúncia...
Porque pedi para que ela me esquecesse,
E o que consegui foi não me esquecer
nem mesmo do que nunca foi dito...
E jamais saberei...
sexta-feira, 10 de julho de 2009
A um ausente mais que presente...
Aceitamos viagens, moradas distantes ou longas jornadas incomunicáveis, sem a dor do adeus. Mas se a viagem não tem volta, é difícil aceitar, e não dá pra entender como podes tu, existência, deixar de existir.
É que ora és presença, ora és partir...
E tu que te foste, não deixastes a mim tangência que fosse, para te pôr às costas bagagem repleta de minha eterna gratidão. E é difícil entender por que a existência se faz assim. É água nas mãos entre os dedos a se esvair, que faz as mãos de quem perde à cabeça subir, ao perceber que nela... não há mais nada. E aqui escrevo àquele que se foi, e que ele me perdoe o atraso em dizer o tamanho de sua importância e de sua existência ao existir na minha, mas a despedida foi embora sem se despedir de mim...
E serás sempre memória calhada na mente que enfim, ora vive por ela, ora vive por ti...
Descanse em paz, meu pai... Obrigada por tudo, te amo! E uma hora ou outra, serás sempre: saudade...
É que ora és presença, ora és partir...
E tu que te foste, não deixastes a mim tangência que fosse, para te pôr às costas bagagem repleta de minha eterna gratidão. E é difícil entender por que a existência se faz assim. É água nas mãos entre os dedos a se esvair, que faz as mãos de quem perde à cabeça subir, ao perceber que nela... não há mais nada. E aqui escrevo àquele que se foi, e que ele me perdoe o atraso em dizer o tamanho de sua importância e de sua existência ao existir na minha, mas a despedida foi embora sem se despedir de mim...
E serás sempre memória calhada na mente que enfim, ora vive por ela, ora vive por ti...
Descanse em paz, meu pai... Obrigada por tudo, te amo! E uma hora ou outra, serás sempre: saudade...
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